terça-feira, 16 de abril de 2013

Fugindo do roteiro

Coletividade foi o ponto forte do Paulistano na vitória sobre o Basquete Cearense
Foto: João Pires/LNB
Existe coisa mais chata do que o esporte seguir um "roteiro"? Se o atual vice-campeão vai enfrentar um time que terminou a fase de classificação com campanha negativa, o "roteiro esportivo" nos diz que a vitória terá que ser do melhor time, do melhor classificado. Este mesmo "roteiro" nos diz que se uma equipe venceu os dois confrontos diretos na primeira fase e está vindo embalado para os playoffs, enfrentando um adversário que em nove partidas na história da pós-temporada perdeu todas, a comemoração pelo bom resultado terá que ser do que está embalado. 

Se a graça do esporte está em fugir do óbvio, os playoffs da quinta edição do Novo Basquete Brasil começaram muito bem, obrigado. Nesta terça-feira, Paulistano x Basquete Cearense, Liga Sorocabana x Franca e Minas Tênis Clube x São José abriram os trabalhos da fase oitavas de final, que já começou quente, tendo duelo com placar elástico, vitória por apenas uma cesta de diferença e visitante garantindo, com boa defesa, uma vitória apertada, quebrando o mando de quadra do adversário.  

A partida de abertura dos playoffs do NBB5 começou com um resultado inesperado, pelo menos de acordo com o "roteiro esportivo". Mesmo jogando fora de casa o Basquete Cearense tinha o favoritismo ao seu lado, já que além de ter tido melhor campanha na fase de classificação, terminando em oitavo, uma posição na frente do Paulistano, chegou na fase mata-mata embalado, com cinco vitórias consecutivas e sete bons resultados somando os últimos oito jogos. O representante nordestino ainda tinha ao seu lado o bom retrospecto contra o rival, já que venceu os dois duelos na primeira fase. Porém, a vitória ficou com o Paulistano, até de forma tranquila, com os comandados de Gustavo De Conti finalizando o confronto em 95 a 74, com grande atuação no segundo período, anotando 35 pontos e sofrendo 07, o que acabou sendo o diferencial, já os outros quartos foram bem disputados, como era de se esperar no confronto que promete ser o mais equilibrado das oitavas.

Além dos motivos citados acima para o "roteiro esportivo" crer no bom resultado dos visitantes, o histórico do Paulistano nos playoffs não era lá dos mais favoráveis, já que nas três vezes que chegou na pós-temporada foi "varrido", perdendo a série melhor de cinco jogos por três a zero para os times do Pinheiros, no NBB2, Bauru, no NBB3 e Franca, na última temporada.

O principal fato a se destacar foi o excelente aproveitamento dos paulistas nas bolas de três pontos, com 60.9% ao acertar 14 bolas em 23 tentativas.

Outro resultado que estava "agendado" era a vitória do atual vice-campeão São José sobre o Minas Tênis Clube, um dos times que mais oscilou na temporada regular, terminando na décima posição, com campanha negativa (16-18). Mas, assim como no jogo entre Paulistano e Basquete Cearense, o bom resultado ficou com a equipe da casa, o Minas, que venceu por 70 a 68, mesmo com o time joseense contando com Fúlvio, Andre Laws, Chico, Jefferson William e Murilo Becker, que foi um dos principais nomes do duelo, com 20 pontos e nove rebotes, ficando um pontinho atrás de Rafael Mineiro e do norte-americano Paul Crosby, do elenco de Minas Gerais.

O único resultado que estava dentro do "roteiro" foi o triunfo do Franca sobre o Liga Sorocabana, fora de casa, por 72 a 69, fazendo valer o status de melhor defesa do NBB5, não precisando nem de um placar alto para sair com a vitória.

Nada mais motivante para o campeonato do que começar a sua melhor etapa da melhor maneira possível, fugindo do "roteiro".

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