segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dando o que falar - As palavras do "mão santa"

Oscar Schmidt esteve em Atlanta, na última olimpíada em que o basquete masculino esteve presente. Emocionado com a conquista, o ex-atleta ícone do basquete brasileiro e mundial falou sobre Rubén Magnano.


"O cara é um fenômeno, sabe muito de basquete e seu único defeito é ser argentino (risos). Não sei porque ele não é o treinador da seleção da Argentina. Ele aceitou o desafio de treinar o Brasil e trouxe um trabalho sério. Implantou uma nova filosofia de jogo com o qual o brasileiro não está acostumado, em que cada um joga um pouco, em que é preciso trabalhar a bola e tomou atitudes importantes como proibir o microfone durante o pedido de tempo", disse Oscar.

Sobre a possível convocação de Leandrinho e Nenê Hilário para Londres, o "mão santa", com a sua super língua afiada, como sempre, não fugiu quis saber de desconversar o assunto e disse:



"Não tenho poder para decidir, mas eu não levaria nenhum dos dois. Seria muito injusto com os meninos que sofreram e lutaram pela vaga. Em 1995, meu amigo Ary Vidal cortou o Israel e o Maury para levar dois reservas para Atlanta. E eu falei para ele que isso era errado. Eu só levaria o Anderson Varejão porque ele queria jogar o Pré-Olímpico, se apresentou e ficou junto da equipe. Só não foi porque realmente estava muito machucado."


Por fim, ele falou um pouco do coletivo do Brasil e da dupla de Marcelinho:


"A pressão, muitas vezes, prejudica o trabalho. E eu sei o que esses jogadores sofreram e também conheço a emoção de conquistar uma vaga olímpica. Fiquei muito emocionado após a vitória e mostramos que temos o melhor time do Pré-Olímpico. E descobrimos um líder dentro de quadra. O Marcelinho Huertas é um armador que lidera, que organiza, conversa com os meninos o tempo todo. Eles merecem essa vaga e fico muito feliz pelo Marcelinho Machado poder realizar o sonho de disputar uma Olimpíada"


As vezes o Oscar solta algumas pérolas, mas devo confessar que as palavras dele dessa vez foram sábias e de muito bom gosto. 



E ai leitor, concorda com o Oscar quando ele diz que a seleção não tem mais espaço para o Nenê e para o Leandrinho? Deixe a sua opinião na nossa caixinha de comentários.

Um comentário:

Unknown disse...

Olímpicos

O triunfo da seleção masculina de basquete humilha os analistas corneteiros que babaram meses de previsões negativas antes do Pré-Olímpico. Hoje todos fingem que sempre confiaram no time, que são patrióticos e otimistas, que encheram o saco dos torcedores com seu chororô inútil porque estavam tentando ajudar. Não têm sequer a honradez de assumir suas atitudes e as bobagens que disseram.

Pausa para um recado importante a Leandrinho e Nenê: não, meus queridos, vocês não fizeram falta.

O mais delicioso foi a conquista materializar-se através dos elementos mais contestados pelos gênios secadores: a disciplina tática e o profissionalismo instituídos pelo técnico Rubén Magnano (“onde já se viu um estrangeiro na seleção?”), a presença decisiva de Marcelo Machado (“velho, decadente, fominha”) na semifinal, a importância dos reservas (“essa rotação não leva a nada!”), a eficaz substituição dos atletas ausentes (“sem eles não teremos nenhuma chance”). Até a superação das temidas potências latino-americanas violentou a expectativa de superioridade dos elencos cheios de superatletas da NBA. Argentinos, porto-riquenhos e dominicanos eram imbatíveis, certo?

Huertas, Splitter, Giovannoni, Alex, Marquinhos, Hettsheimeir, Machado, Benite, Luz, Augusto, Caio e Nezinho deram um exemplo inesquecível de superação. E nos ensinam muito sobre o país que prefere louvar os Neymários da vida.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com/