segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Será que vale a pena entregar o jogo contra a Espanha?

Jogadores de garrafão serão importantes para o Brasil
terminar em segundo lugar no grupo.
As seleções do Brasil e da Espanha, que se enfrentam nesta terça-feira, às 16h, pelo último jogo da fase de grupos, decidindo a segunda colocação do grupo B, estão em uma situação complicada. Quem perder vai ficar com a terceira posição, mas vai ter os Estados Unidos pela frente apenas em uma possível final, já o vencedor vai ter que enfrentar a melhor seleção do mundo se avançar para a fase semifinal, tendo uma vida muito mais complicada para conseguir chegar até a decisão da competição. Mas será que isso é justificativa para entregar o resultado?


Faço esse questionamento por que essa ideia está passando pela cabeça dos torcedores de ambos países, e mais, o famoso jornal espanhol "Marca" chegou a fazer uma enquete em sua página na internet, com 56.6% dos torcedores votando que talvez seja melhor perder para o Brasil para ter vida mais fácil lá na frente.


Sinceramente, não sei dizer se a Espanha vai vir para entregar o jogo, mas espero que não. Do que eu conheço do argentino Rubén Magnano, um cara muito sério e profissional, ele não deixará que o Brasil cometa esse "crime" contra o esporte, indo com tudo para vencer os espanhóis, independente se lá na frente o caminho venha a ser mais complicado.


É aceitável os torcedores espanhóis estarem pensando que talvez uma derrota seja melhor, afinal, a Espanha é a segunda melhor seleção do mundo atualmente e está cotada para chegar a mais uma final olímpica. Inadmissível somos nós pensarmos assim. Quem é o Brasil para decidir quem vai querer enfrentar ou não? Os torcedores não podem estar pensando em semifinal se o selecionado brasileiro ainda não passou pela fase quartas de final. 


É verdade que a chegada de Magnano revolucionou o basquete brasileiro, mas, mesmo assim, ainda somos aquela seleção que está ressurgindo das cinzas, e que ainda ocupa a singela 13° posição no ranking da FIBA. Ou seja, não adianta pensar lá na frente igual os espanhóis, afinal, eles possuem a segunda melhor seleção, atual bicampeã européia e vice-olímpica, enquanto  nós apenas estamos de volta aos Jogos Olímpicos após 16 anos de ausência. É seguindo essa linha de raciocínio, somada ao profissionalismo de Magnano, que acredito que o Brasil entrará para vencer esse confronto, como deve fazer em todos os jogos.


Vencendo, o Brasil vai ficar em segundo lugar, devendo enfrentar a Argentina, que atualmente está na segunda posição no grupo A, com às mesmas três vitórias em quatro jogos da França, que está em terceiro. Mas os franceses terão um jogo tranquilo, contra a Nigéria, enquanto os argentinos vão enfrentar os Estados Unidos. Perdendo, o nosso selecionado deverá enfrentar a França, desde que os resultados prováveis, que são vitórias da seleção francesa e derrota seleção argentina venham a acontecer.


Essa prévia do que nós teremos pela frente na fase quartas de final deixa bem claro que não podemos ficar pensando lá na frente, afinal, ou vamos enfrentar uma seleção que conta com Tony Parker como seu principal jogador ou então teremos pela frente o nosso maior algoz nos últimos anos: os argentinos, que "simplesmente" foram medalhistas de ouro nos Jogos de Atenas e bronze em Pequim.


Quem achava que o caminho para buscar uma medalha seria tranquilo, me desculpe por desapontá-los. A tarefa será árdua e não podemos nos dar ao luxo de escolher o adversário. Vamos pra cima da Espanha, afinal, como diz o nosso próprio hino nacional: "verás que o filho teu não foge à luta".

Nenhum comentário: