domingo, 12 de fevereiro de 2012

Chegar aonde o futebol é fraco: Esse pode ser o caminho para a massificação

Depois que o basquete perdeu força no Brasil, dando lugar ao vôlei, que, ganhando praticamente tudo o que disputou, garantiu uma mídia maior e consequentemente uma grande legião de fãs, os fanáticos por basquete e profissionais da área só querem saber de uma coisa: massificar novamente a modalidade no país.


Tomar novamente o lugar no coração dos brasileiros é possível? Se for, como fazer?


Recentemente demos dois grandes passos, primeiro com a criação do Novo Basquete Brasil, uma competição que a cada temporada evolui notoriamente e com a volta do basquete masculino às Olimpíadas, que dependendo do resultado (é assim que torcem os brasileiros) terá uma visibilidade muito maior, como foi no próprio Pré-Olímpico das Américas que, muitos que não acompanham o esporte com rigorosidade, comentaram a "nossa" volta.


Esses dois fatores foram super importantes para a modalidade, principalmente o nacional de basquete, que voltou a ter um campeonato bem organizado, divulgado e com transmissão televisiva. Porém, não é só isso que basta.


Aqui no Brasil ainda somos muito carentes de mídia em relação à esportes que já foram chamados de amadores. O futebol predomina e nem mesmo o vôlei tem tanto espaço nos programas esportivos.


O futebol é unanimidade, mas ele "abandonou" alguns estados e, é ai que o basquete pode aproveitar para conquistar o seu público.


Atualmente, no Novo Basquete Brasil, temos somente duas equipes de estados aonde o futebol é fraco, como é o caso do Espírito Santo, com o Vila Velha e o Distrito Federal, com o Brasília. O restante dos times são de cidades/estados aonde o futebol é dominante, como no Rio de Janeiro, com Flamengo e Tijuca, Minas Gerais, com o Minas Tênis Clube e Uberlândia, São Paulo, com Pinheiros, São José, Bauru, Paulistano, Limeira, Franca, Liga Sorocabana e Araraquara e Santa Catarina, com o Joinville. Repararam que não temos nenhuma equipe do norte e nordeste na competição?


Para a massificação do esporte no país, precisamos tomar conta de norte à sul, leste à oeste, não necessariamente com um time em cada estado, mas ocupando praças aonde o público é forte.


"Castelinho" lotado na estréia do Maranhão Basquete
(clique na imagem para ver maior)
Na Liga de Basquete Feminino, a novata equipe do Maranhão, aonde o futebol não tem nenhum time nas duas primeiras divisões, vem tendo grande aceitação do público, que na rodada de estréia marcou forte presença, ocupando aproximadamente 7.500 lugares, algo surreal para o basquete brasileiro, principalmente para o feminino.


A questão é que estados como o Maranhão tem um potencial gigantesco para a modalidade e as prefeituras e governos poderiam investir mais nisso. O time maranhense já está colhendo resultados, e hoje é patrocinado pela Nike, uma das empresas mais reconhecidas no mundo.


O Novo Basquete Brasil pode dar o primeiro passo, incentivando, através do Jogo das Estrelas, esses estados a estarem olhando o basquete como uma alternativa de esporte de sucesso, já que mesmo que a equipe seja ruim, por enquanto, não há segunda divisão no NBB (essa questão está sendo discutida e poderá se tornar realidade). 


Esse ano os astros do nacional vão se encontrar novamente em Franca, no ginásio Pedrocão, aonde o jogo foi realizado na temporada passada. Franca não precisa disso, afinal, é considerada a capital do basquete e, provavelmente a sua escolha foi feita pela questão do público, que é fiel. 


O Jogo das Estrelas, se bem planejado, pode ser uma alternativa para levar a modalidade para lugares mais distantes, como o norte ou até mesmo estados mais isolados, esportivamente, do nordeste, fazendo com que a população tenha um contato com um campeonato de primeiro nível e acabar criando um carinho especial, como quem vive nas grandes capitais têm um carinho pelos seus clubes de futebol e veem, na sua grande maioria, o basquete como um esporte aonde se torce, é claro, mas não com a mesma passionalidade de quando se assisti uma bola rolando em um gramado verde.


E ai pessoal, concordam ou tem outras alternativas e opiniões sobre o assunto? Então expresse a sua opinião através dos comentários e vamos trocar uma idéia. Quer mais? Então me siga no Twitter: @piazentinfelipe. 

2 comentários:

Fabrício Leiva disse...

Está ai uma boa alternativa. Fechando aonde o futebol é pouco presente, o basquete tem a chance de ocupar o vazio deixado pelo esporte número um do país e se tornar o foco das atenções naquela região.

A questão do Maranhão Basquete foi muito bem abordada, principalmente na parte aonde vc disse que já está colhendo os frutos, tendo o patrocínio da Nike.

Não tem erro. Basquete é um esporte sensacional. Com um bom público e um trabalho sério, os frutos serão sempre colhidos, seja no basquete ou em qualquer outra modalidade.

Parabéns pelo post.

Gustavo disse...

A idéia é sensacional, mas é realmente a LNB tem que apoiar essa iniciativa. É ai que novamente eu concordo, dando o primeiro passo com o jogo das estrelas, vendo se no lugar da partida, há público para frequentar um ginásio.